Autor(es): Por Alex Ribeiro | De Washington
Valor Econômico - 18/01/2012
O crescimento mundial poderá ser 3,8 pontos percentuais menor se a
crise da zona do euro se agravar, congelando o crédito para pelo menos
duas das maiores economias da região, diz relatório do Banco Mundial
sobre perspectivas para a economia global em 2012
O banco reduziu de 3,6% para 2,5% a sua projeção para o crescimento
da economia global este ano, devido sobretudo ao impacto negativo da
crise na Europa. Se as coisas piorarem, porém, o crescimento mundial
poderá ser bem menor. "Será muito incerto até mesmo atingir esse
desempenho mais fraco", pondera o relatório.
O banco traça dois cenários alternativos para a economia mundial.
Num deles, que adota como hipótese o congelamento de crédito em duas
economias pequenas da Europa, o PIB mundial cresceria 1,7 ponto a menos
em 2012.
Num outro cenário, em que o congelamento de crédito atinge duas
grandes economias, equivalentes em conjunto a pelo menos 30% do PIB da
zona do euro, o estrago na crescimento mundial seria de 3,8 pontos
percentuais. Isso significaria uma retração no PIB europeu de mais de
6% em 2012.
Persistem os riscos de uma crise global semelhante à da quebra do
Lehman Brothers, em 2008, afirma o estudo. "Os países emergentes
precisam se preparar para o pior."
O banco, porém, considera como cenário mais provável a retração mais
moderada na zona do euro, de 0,3%. Os EUA devem crescer 2,2%. Os
emergentes devem crescer 5,4% em 2012, abaixo dos 6,4% previstos pelo
banco há meio ano.
Para o Brasil, o Banco Mundial prevê crescimento de 3,4%, um pouco
acima dos 2,9% estimados para 2011. Muitos economistas consideram essa
expansão moderada, mas, para o banco, ela está no limite da capacidade
de crescimento da economia brasileira.
A demanda no Brasil seguirá robusta, diz o estudo, "sugerindo alívio
limitado das pressões inflacionárias" e "adicional deterioração do
déficit em conta corrente", que deve chegar a 3,4% do PIB até 2013.
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