quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sequelas de uma união precipitada

Ao que parece a Alemanha se mostra com a razão nas suas afirmações, por mais doloridas que sejam. Não quer ter que por seu dinheiro em países que outrora "farrearam" sem poder (lógico, ou se renuncia ao gasto presente (poupança) ou então se gasta no presente e se renuncia a renda equivalente a esse gasto no futuro) e agora não querem pagar a conta. E como não deixaria de ser, será precisa abrir mão de tantas partes da renda que um mergulho para pobreza será praticamente inevitável até que haja o retorno para níveis pré-crise. É hora de pagar a conta. Afinal, a economia já dizia: não existe almoço grátis!


Autor(es): Martin Wolf
Valor Econômico - 20/06/2012
"Casamento apressado; arrependimento demorado". Cheios de ardor impetuoso, os parceiros da Alemanha seduziram - alguns poderiam dizer chantagearam - a economia mais poderosa do continente e a convenceram a sacrificar sua independência monetária há 20 anos. Porém, como observou o príncipe do livro "O Leopardo", de Giuseppe di Lampedusa, sobre sua própria união indissolúvel: "Fogo e chamas por um ano; cinzas por 30". Agora, chegou a hora das cinzas para a região do euro.
Os chefes de governo do G-20 que não são da região do euro devem estar se sentindo como conselheiros matrimoniais, tentando reconciliar cônjuges cujas personalidades e valores são diferentes demais para viverem felizes juntos. Empréstimos imprudentes anteriores a 2007 agravaram os perigos. As imprudências, amplificadas pela noção de que o casamento tornava a todos iguais, tornaram a crise ainda pior.
Aqueles cujas captações lhes permitiram um padrão de vida superior ao que poderiam arcar, agora estão sendo obrigados a aceitar um mergulho rumo à pobreza. Não é de surpreender que se sintam ressentidos com a mudança.
Há tempo disponível para impor novas regras e procedimentos, tendo em vista os imensos desequilíbrios internos? Além disso, será que a Alemanha tem alguma flexibilidade sobre suas posições que são, em parte prudenciais, em parte constitucionais e em parte morais?
Os gregos, os mais descontentes entre todos, aparentemente escolheram um governo de partidos ligeiramente menos insatisfeitos do que os demais com os programas acertados para o país. Antonis Samaras foi um oponente oportunista da austeridade quando na oposição, embora seu partido, o Nova Democracia, tenha responsabilidade total pela má administração pré-crise. Há muitos problemas ainda à frente: Alexis Tsiparas, do partido de extrema esquerda Syriza, teve 27% dos votos. Ele se mostrará mais do que satisfeito em explorar a crescente ira pública.
A Espanha espera pelo pacote de socorro financeiro de €100 bilhões para seus bancos, embora infelizmente se trate de um programa que beneficia os credores das instituições bancárias à custa da capacidade creditícia do governo. Pelos juros atuais, é apenas uma questão de tempo até a Espanha solicitar um resgate fiscal. Isso exauriria os recursos disponíveis da região do euro. Também traria o risco de transformar um país altivo em um dependente, o que poderia ter resultados assustadores para a estabilidade.
O déficit fiscal da Itália é bem menor que o da Espanha, mas seu problema de rolagem é maior. De acordo com o relatório "Monitor Fiscal", do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Itália precisa de novos financiamentos equivalentes a 28,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, bem superior aos 20,9% da Espanha. Além disso, é um enigma o que se seguirá ao governo de Mario Monti, programado para deixar o cargo em 2013.
A isso, deve somar-se a divergência de opiniões entre França e Alemanha sobre política econômica. A vitória parlamentar de François Hollande intensificará o estresse. O debate por vir sobre o que significa estratégia de crescimento, embora necessário, corre o risco de tornar-se bastante acalorado.
Por que, então, alguém pode imaginar que um casamento tão complicado como esse pode durar? Uma resposta é porque a maioria dos cidadãos da região do euro quer assim. A mais forte, no entanto, é porque as pessoas estão (corretamente) aterrorizadas com as consequências de um desmembramento. À medida que o tempo passa, as finanças tornam-se mais domésticas. As economias, contudo, estão altamente integradas. Além disso, a União Europeia (UE) de hoje foi construída em torno do euro. Não se pode presumir que a integração sobreviveria a um desmembramento. Representaria, certamente, uma violação dos compromissos acertados em tratados.
O casamento pode ter sido tolo, mas o divórcio seria assustador. É com esse pano de fundo que precisamos avaliar as opiniões do parceiro dominante: a Alemanha. De acordo com uma tradução que recebi da embaixada alemã, Angela Merkel, a cautelosa primeira-ministra da Alemanha, disse ao Bundestag, Parlamento alemão, na semana passada que ela desejaria dizer a "todos os que [...] estão empenhados em persuadir a Alemanha de que precisamos de eurobônus, fundos de estabilidade, um esquema de garantia de depósitos europeus, vários bilhões adicionais e muito mais: sim, a Alemanha é forte". Também acrescentou: "Estamos convencidos de que a Europa é nosso destino e nosso futuro [...] Mas também temos consciência de que a força da Alemanha não é infinita". Ainda mais: "Além do fato de que essas propostas aparentemente simples [...] são inviáveis em termos constitucionais, elas são completamente contraproducentes. Elas tornariam a mediocridade parâmetro para a Europa. Seríamos, portanto, forçados a abandonar nosso objetivo de manter a prosperidade diante da concorrência internacional."
A isso tudo, ela agregou: "O pacto fiscal é o primeiro passo em direção a combinar uma maior unidade com um maior controle no plano europeu. E será vital que apenas se abdique dos poderes nacionais quando estiver claro que isso envolverá uma supervisão independente das instituições europeias". Ela expôs três pontos: primeiro, a Alemanha não tem intenção de despejar mais dinheiro; segundo, todos na região do euro precisam se tornar uma Alemanha; terceiro, a Alemanha poderia aceitar mais perdas de soberania nacional quando, e apenas quando, houver regras fortes e controles confiáveis no plano europeu.
Esses posicionamentos levantam grandes questões: Há tempo disponível para impor essas novas regras e procedimentos, tendo em vista os imensos desequilíbrios internos, amplas diferenças de competitividade e profundas pressões fiscais? Além disso, será que a Alemanha tem alguma flexibilidade sobre suas posições que são, em parte prudenciais, em parte constitucionais e em parte morais? Meu palpite para a resposta a essas questões é que não.
Quaisquer que sejam as respostas, no entanto, é evidente que a abordagem alemã promete continuidade nas políticas de forte austeridade nos países vulneráveis e, com toda probabilidade, no crescimento medíocre na região do euro. Isso, por sua vez, assegura a recorrência de crises econômicas e políticas, mesmo se a região do euro sobreviver. Se os conselheiros matrimoniais se perguntarem por que há disposição em suportar tudo isso, a resposta é clara: desta vez, a Alemanha quer assegurar o comportamento que gostaria de ver em seus parceiros.
Consigo contemplar cinco resultados: primeiro, um casamento feliz, sob os termos da Alemanha, embora após doloroso período de ajustes; segundo, um casamento miserável, que sobreviverá porque uma separação seria custosa demais; terceiro, chegar a certo grau de acomodação mútua, em que o norte se torne mais sulino e o sul, mais nortenho; quarto, uma separação parcial, com os membros restantes entrando em uma das três alternativas anteriores; e, por fim, uma separação total. É certo que a Alemanha não conseguirá uma região do euro como a que deseja com tanta facilidade ou rapidez. Caso se consiga evitar uma separação parcial ou total, o período de dificuldades será longo e doloroso. A crise da região do euro provavelmente vai ser uma longa novela - caso não acabe em tragédia.
Martin Wolf é editor e principal comentarista econômico do FT.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Consumo e investimento

Autor(es): Por Antonio Delfim Netto
Valor Econômico - 19/06/2012

O Brasil é um país curioso. Frequentemente metemo-nos em discussões ociosas, que obscurecem os problemas em lugar de iluminá-los. É o caso, agora, dessa questão aparentemente transcendental, de saber se o que pode elevar o PIB no curto prazo é o consumo ou o investimento. Consumo e investimento são umbilicalmente ligados quando consideramos como dado o PIB pelo lado da demanda global, como se pode ver numa economia simplificada ao extremo como a exposta abaixo.
Tudo o que foi fisicamente produzido numa unidade de tempo na economia (por hipótese sem governo e sem comércio exterior), só pode ter dois destinos: ser consumido ou não. Chamemos o não consumido de poupança e façamos a hipótese que ela foi "investida" para aumentar o estoque de capital da sociedade sobre o qual age a força de trabalho ativa para produzir o PIB.
Como se reparte a demanda global entre consumo e investimento tem sido tema de discussão na economia desde a origem dos tempos, mas até agora nenhuma teoria resistiu às torturas econométricas. Pelo menos dois fatores parecem determinar empiricamente o nível do consumo: tamanho do próprio PIB e o valor da "riqueza potencial" do consumidor, que podemos assimilar ao crédito de que ele dispõe. A utilização desse crédito, por sua vez, depende da taxa de juros real da economia e do seu prazo. Com relação ao investimento, que aumenta a capacidade produtiva, é a mesma coisa: ele parece depender de muitas variáveis, mas no esqueleto que estamos construindo vamos supo-lo dependente apenas da taxa de juros real.
A política econômica parece estar no caminho correto
A que nos levam tantas hipóteses? Que deve haver um equilíbrio no tempo entre o consumo e o investimento para que o sistema funcione e cresça continuadamente a capacidade produtiva.
Para entender isso um pouco melhor, continuemos com algumas hipóteses heroicas. Suponhamos que o PIB máximo que pode ser produzido depende apenas do estoque de capital disponível, que essa relação seja direta e estável e que seu uso não reduza sua quantidade (depreciação nula). Por exemplo, três unidades de capital adequadamente utilizadas pela força de trabalho empregada produzem no ano uma unidade do PIB, ou seja a "produtividade" do capital é 1/3.
De que depende o crescimento da capacidade produtiva dessa sociedade quando não há restrição de oferta de mão de obra? Apenas do aumento do estoque de capital (que, por hipótese, não diminui com sua utilização). Em outras palavras, apenas do nível de investimento com relação ao PIB.
Deve ter ficado claro nessa construção extremamente simplificada que: 1) dada a capacidade produtiva da sociedade (no caso o estoque de capital sobre o qual se aplica o trabalho), ela determina o limite superior do PIB que pode ser produzido; 2) o nível do uso dessa capacidade, isto é, o PIB que será produzido, depende da demanda global. Basicamente, do nível de crédito dos consumidores (influenciado pela taxa de juro real e pelo prazo concedido) somado ao nível de investimento (que depende da taxa de juro real); e 3) a taxa de crescimento do PIB (não o seu nível) depende da produtividade do capital e da taxa de investimento com relação ao PIB.
A boa notícia é que, a despeito da sua simplicidade, tal modelo contém a essência do desenvolvimento descarnado de toda complexidade. Podemos modificar todas as "hipóteses heroicas" e, ainda assim, o núcleo do processo é que consumo e investimento têm relações múltiplas entre eles. A elevação da demanda global no curto prazo pode, sim, ser estimulada pelo aumento do crédito ao consumidor e/ou pelo investimento. O efeito adicional do investimento é que, além de ampliar a demanda de consumo no curto prazo, pavimenta o aumento da capacidade produtiva e, assim, aumenta o desenvolvimento futuro.
É claro que tirar recomendações normativas de modelos abstratos como esse é sempre uma temeridade, mas a intuição mostra que a política econômica do governo (fiscal, monetária e cambial) parece estar no caminho correto, aumentando a demanda interna no curto prazo pela redução da taxa de juros real, pela ampliação do nível de crédito e pela redução do déficit do balanço em conta corrente. O problema é que isso eleva o nível do PIB mas, por si só, não aumenta a capacidade produtiva e, logo, inibe o crescimento futuro.
É necessário cooptar o setor privado para a ampliação dos investimentos públicos através de concessões (o recente leilão das telecomunicações, pela ação do competente ministro Paulo Bernardo, foi exemplar), de parcerias público-privadas etc. Mesmo crescendo menos em 2012 do que em 2011, devemos terminar o ano com o PIB rodando em torno de 4% a 4,5% entre o último trimestre deste ano e o seu homólogo do ano passado.
Precisamos preparar o ambiente de negócios para manter esse crescimento ao longo de 2013 e seguintes, insistindo na melhoria do sistema tributário, no aumento da competição interna, na flexibilização do mercado de trabalho e no fortalecimento da segurança jurídica nas relações comerciais, que têm sido seriamente prejudicadas com intervenções desajeitadas do Poder Judiciário.
Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Escreve às terças-feiras

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A internet ultrarrápida

O Estado de S. Paulo - 18/06/2012
Sob o ponto de vista financeiro, o leilão para introduzir no Brasil a internet móvel ultrarrápida de quarta geração (4G), realizado na terça-feira pela Anatel, não foi dos piores. Os ágios pagos para a concessão por 15 anos, prorrogáveis por mais 15, das quatro faixas nacionais de 4G - não incluindo 269 faixas regionais - variaram entre 5% e 66,61%, ficando o ágio médio em 35,59%, proporcionando ao governo uma receita de R$ 2,565 bilhões. Como se esperava, as concessões foram feitas às quatro maiores empresas de telefonia no País - Claro, Vivo, TIM e Oi. Como a tecnologia de terceira geração (3G) ainda deixa muito a desejar no País, há muitas dúvidas quanto à capacidade de as empresas vencedoras satisfazerem - com serviços de qualidade - a demanda de 4G no prazo previsto, o que exigirá pesados investimentos. Parece irrealista a previsão do Ministério das Comunicações de que o leilão 4G proporcionará cobertura adequada para os grandes eventos esportivos programados para os próximos anos.
A Claro e a Vivo venceram, respectivamente, as disputas pelo primeiro e o segundo lotes, ficando com as duas faixas de frequência de 2,5 gigahertz (GHz), com maior capacidade, e as duas restantes, com espectro de menor envergadura, foram para a TIM e a Oi. O presidente da Anatel, João Batista de Rezende, estima que os investimentos das operadoras devem variar entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões até 2018 para implantar a rede que dará suporte à 4G e à telefonia rural. Em comunicado divulgado depois do leilão, a Claro informou que, já tendo capacitado toda a sua rede para a conexão 3G, pretende investir R$ 3,5 bilhões ainda este ano na nova tecnologia.
O cronograma é bastante apertado. As cidades onde serão realizados os jogos da Copa das Confederações deverão ter cobertura 4G até 30 de abril do ano que vem. Em antecipação à Copa do Mundo de 2014, todas as sedes e subsedes - ainda não definidas - dos jogos devem contar com o serviço até dezembro de 2013. Quanto às regiões rurais, o prazo vai até 2015 e, como não houve interesse por essas áreas, elas foram distribuídas entre as vencedoras. As empresas também tiveram de oferecer internet em escolas públicas com velocidade de download de 256 kilobytes por segundo (kbps).
Isso acarreta aumento de custos, e o mercado tende a evoluir lentamente. A faixa de 2,5 GHz permite grande capacidade de transmissão de dados, embora a cobertura da antena seja menor. As empresas terão, portanto, de instalar antenas a distâncias menores, o que exigirá entendimentos às vezes demorados com municípios e governos estaduais, que têm normas a esse respeito. Isso depende, naturalmente, da popularização da tecnologia 4G, com maior uso de aparelhos caros, como smartphones, modems e tablets, ainda pouco acessíveis a grande parte da população brasileira.
Com os pés no chão, o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, avalia que a velocidade média de 4G no Brasil possa ficar entre 5 megabytes por segundo (Mbps) e 12 Mbps, muito mais rápida do que a 3G (entre 1 e 2 Mbps). Falando ao jornal O Globo, porém, Tude ressaltou que o serviço deve levar alguns anos para atingir um nível adequado por causa do preço, não só dos aparelhos, mas também dos planos das operadoras, mais caros que os praticados na 3G. Para ele, a 4G no começo deve servir, basicamente, a profissionais que dependem da internet móvel rápida para o trabalho, dispostos a pagar alto preço pelo serviço.
O maior obstáculo, porém, é a exigência de conteúdo nacional de 60% dos bens, produtos e equipamentos que constituirão a infraestrutura da 4G, sendo 10% de tecnologia nacional. Essa proporção vale para o período entre 2012 e 2014, subindo para 70% entre 2017 e 2022. Isso deve significar custos bastante elevados, principalmente no período inicial de implantação da 4G. Além disso, a medida é contestada no plano internacional. Os governos dos EUA e países da União Europeia (UE) já se pronunciaram na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra essa exigência, alegando tratar-se de uma barreira ilegal ao comércio no setor de telecomunicações.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A encruzilhada histórica do mensalão

O artigo expõe de forma interessante parte do panorama brasileiro do momento. Vale ressaltar que esa é uma ótica, que apesar de razoavelmente fundamentada, pode ser facilmente invertida e observada do ponto dos contras de toda essa "absurdidade" de roubos no Brasil. Crimes ocorrem e o cara só perde o mandato? Tá de sacanagem!!!
Todavia, sobretudo a publicação de Acemoglu e Robinson realmente traz paralelos ótimos e é bastante assertiva.



Autor(es): Carlos Pereira
Valor Econômico - 13/06/2012

Daron Acemoglu e James Robinson acabam de publicar um novo livro intitulado "Why Nations Fail? The Origins of Power, Prosperity, and Poverty" (whynationsfail.com/). O objetivo deste ambicioso estudo é demonstrar, através de uma análise histórica das conexões entre instituições políticas e econômicas, porque alguns países se desenvolvem e prosperam mas outros não. Ao usarem uma diversidade de exemplos históricos, eles demonstram, de forma convincente, que países são ricos ou pobres não como consequência de fatores geográficos, culturais, ou mesmo por limitações cognitivas dos governantes, mas pelo desenvolvimento de instituições políticas e econômicas capazes de incentivar atores políticos e agentes econômicos a um espiral virtuoso de cooperação.
Assim como em nossas vidas privadas, Acemoglu e Robinson enfatizam que a história das nações e as suas perspectivas de desenvolvimento também podem ser interpretadas a partir de eventos críticos, denominados "critical junctures". Estas encruzilhadas podem ser entendidas como pontos de virada na história de um país. Ou seja, são eventos importantes, na maioria das vezes motivados por circunstâncias fortuitas ou acidentais, capazes de romper os equilíbrios institucionais existentes produzindo assim consequências gigantescas para a história de uma determinada nação. Os autores lembram que "critical junctures" não teriam uma trajetória histórica predeterminada, mas seriam fundamentalmente contingentes, podendo tanto desviar países de trajetórias virtuosas, como também posicioná-los em novas trajetórias viciosas.
Citam como exemplos de encruzilhadas históricas a peste bubônica que, ao matar cerca da metade da população da Europa no século XIV, colocou em xeque o sistema feudal; a abertura das novas rotas marítimas no Atlântico, que gerou oportunidades de ganhos e desenvolvimento de novas elites na Europa ocidental; a Revolução Industrial, que ofereceu mudanças radicais na estrutura das economias ao redor do mundo; etc. Na história recente do Brasil, o Plano Real é um bom exemplo de "critical juncture", pois além de ter gerado equilíbrio macroeconômico em um ambiente caótico de hiperinflação, proporcionou possibilidades de rupturas radicais com a gestão macroeconômica prevalente até então.
Decisão pode indicar a rota que o Brasil irá tomar
Identificar, ex ante, se um evento ou acontecimento terá a envergadura de mudar o curso da história de um determinado país não é uma tarefa fácil. Na realidade, na grande maioria das vezes, a identificação de uma encruzilhada histórica acontece de forma ex post. Ou seja, quando esta já passou, pois assim dispomos de mais elementos de mensuração das suas consequências para as nossas vidas.
Entretanto, mesmo diante de tais dificuldades, me aventuro a predizer que o julgamento do Mensalão, recentemente marcado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para ter início no dia 1º de agosto de 2012, pode significar uma encruzilhada histórica, decidindo não apenas o futuro dos 38 acusados, mas também definir a rota ou caminho que o Brasil irá tomar a partir de então.
Malgrado o tom pessimista de alguns setores da opinião pública com relação à qualidade das instituições políticas brasileiras estas tem tido até então um desempenho surpreendente com relação ao processo do mensalão, tanto na esfera política como judicial. Ora vejamos: as Comissões Parlamentares de Inquérito, mesmo sendo dominadas por aliados do presidente Lula, declararam no relatório final, sem meias palavras, que o mensalão era uma forma de compra de votos no Congresso, operada por assessores diretos do presidente; a Câmara dos Deputados, mesmo controlada por forças governistas, cassou o mandato de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Lula; o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, que foi nomeado pelo presidente Lula, abriu uma investigação criminal independente e, em março de 2006, pediu que o STF instaurasse inquéritos criminais contra 40 indivíduos ligados ao mensalão; finalmente, seis dos dez juízes do STF, que também foram nomeados pelo presidente, aprovaram os indiciamentos em 2007.
Podemos presumir então que, se todos esses aliados e/ou nomeados pelo presidente Lula aceitaram as alegações sobre a existência do mensalão, parece haver fogo de fato onde só se via fumaça, como a das pilhas de jornalismo investigativo que se acumulavam desde o início de 2005.
O julgamento do mensalão pelo STF se traduz portanto em uma janela de oportunidade estratégica para o destino do país.
Caso os envolvidos não sejam punidos, esta decisão pode significar uma mensagem de reafirmação de que as pessoas, principalmente os ricos e poderosos, podem fazer o que quiserem e sempre encontrarão uma forma de se safar da justiça. A persistência desse padrão de impunidade no Brasil pode reforçar ainda mais a crença na perpetuação de ciclos viciosos e das fragilidades institucionais. O efeito multiplicador da impunidade poderá ser devastador, particularmente para o STF que passa por um momento histórico de grande visibilidade.
Por outro lado, se os acusados forem punidos, pode ser mais um sinal crível de que o Brasil está de fato na rota da boa governança. Ao mesmo tempo, esta decisão pode exercer um efeito demonstração ao apontar que tal comportamento desviante não será mais tolerado e que talvez um novo ciclo virtuoso se abra e se consolide a partir dessa encruzilhada histórica. Afinal de contas, como lembram Acemoglu e Robinson, proteger as pessoas contra comportamentos oportunistas do governo através de um sistema de "checks & balances" robusto e independente é condição necessária para o desenvolvimento. Esta foi a rota seguida pelos países que conseguiram se desenvolver e parece que não será diferente no caso brasileiro, se o Brasil tiver de fato essa ambição.
Carlos Pereira é professor titular na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e colunista convidado do "Valor". Rosângela Bittar volta a escrever na próxima semana

quarta-feira, 6 de junho de 2012

BC muda orientação para o câmbio

-> Fácil dizer que vai fazer isso ou aquilo para alguns anos, mas o fato é que o tal coeteris paribus nunca esteve tão difícil de ocorrer...
Cristiano Romero
Valor Econômico - 06/06/2012
O Banco Central decidiu seguir o dólar index, indicador que mede a variação do dólar em relação a uma cesta de moedas, na calibragem do real. Na prática, isso vem sendo feito desde o fim de abril. De lá para cá, enquanto o dólar index variou 5,1%, o real teve desvalorização de 5,5%. No mesmo período, o peso mexicano sofreu desvalorização muito maior, de 8,5%. Com esse ajuste, o BC quer desfazer a ideia de que, em meio à crise mundial, o real estaria sofrendo mais do que outras moedas ou de que o governo gostaria de desvalorizar a moeda nacional a qualquer custo para dar competitividade à indústria. "O real está alinhadíssimo", diz uma fonte.
Em outra frente, o BC dá indicações de que promoverá mais um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), na reunião de 11 de julho, e de que outros cortes dependerão da avaliação da crise. O desempenho medíocre da economia no primeiro trimestre não mudou a estratégia. O crescimento de apenas 0,2% já estava na conta do BC, que, por meio do IBC-Br, indicador que estima a atividade econômica, projetara expansão de apenas 0,15% entre janeiro e março.

O desempenho decepcionante do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre não muda a estratégia da política de juros do Banco Central (BC). O crescimento de apenas 0,2% da economia já estava na conta do BC, que, por meio do IBC-Br, indicador que estima o comportamento da atividade econômica, projetara expansão de apenas 0,15% entre janeiro e março.
Se nada de extraordinário ocorrer até a próxima reunião, marcada para 11 de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoverá mais uma redução de 50 pontos-base na taxa básica de juros (Selic), fixando-a em 8% ao ano. Dado o elevado grau de incerteza da economia mundial e de seus efeitos sobre o Brasil, o movimento seguinte do Comitê ainda é incerto. As indicações do que será feito serão dadas apenas em meados de junho, à época do próximo encontro do Copom.
O ambiente internacional, variável-chave no cenário com que o BC trabalha, é dado por baixo crescimento na Europa, com recessão em alguns países; recuperação moderada da economia americana; e pouso suave da China (crescimento entre 7,5% e 8%). Esse quadro só se altera se houver um evento nas próximas semanas.
Real se move, desde maio, alinhado com o dólar index
No ano passado e no início deste, "evento" poderia ser a quebra de um banco ou o calote de um governo. Agora, evento seria, por exemplo, a saída da Grécia da zona do euro. Está na conta, mas há o contágio. "Tem gente que diz que, diante disso [da saída da Grécia do euro], os governos europeus farão mais sacrifício. Podem até fazer, mas o problema são os mercados. "Who"s next?" (quem é o próximo) é a pergunta que os mercados vão fazer", pondera uma autoridade brasileira.
O Banco Central tem convicção de que está no caminho certo ao testar novos patamares para a Selic, que já se encontra no menor valor histórico. O mundo piorou de janeiro para cá e a melhor indicação disso é a cotação do título de 10 anos do Tesouro americano. Trata-se do ativo de maior liquidez do planeta. Sua cotação chegou a bater em 2,4% ao ano e, agora, está abaixo de 1,5%.
De janeiro a março, as bolsas de valores, movidas pelo excesso de liquidez provocado pela atuação dos principais bancos centrais, chegaram a acumular ganho médio de 20%. De lá para cá, já perderam tudo e muitas estão em terreno negativo. "Estava todo o mundo surfando num inverno ameno, inclusive, o México. O cenário mudou", diz um integrante da equipe econômica.
Esse cenário tem derrubado, por um lado, a confiança dos empresários nacionais, o que deprime a taxa de crescimento da economia, mas, por outro, tem ajudado a desinflacionar os preços internacionais. Isso auxiliou o BC a reduzir a inflação acumulada em 12 meses aqui dentro - de 7,3% para 5,1% entre setembro de 2011 e abril de 2012 - e a diminuir a taxa de juros.
"Estamos explorando novas realidades", explica uma fonte graduada, reagindo às críticas de que o BC só pensa em crescimento. "O crescimento da economia vem abaixo do potencial há alguns trimestres, logo, você não vai ter pressão inflacionária pelo lado da demanda."
Como o cenário internacional não indica a ocorrência de choques de oferta, o governo avalia que há um conforto, do ponto de vista dos preços, que permite ao BC continuar baixando os juros. Os preços das commodities estão em queda há semanas. A variável que poderia complicar a equação é a taxa de câmbio, que, com o agravamento da crise, tende a desvalorizar-se, pressionando os preços dos produtos importados.
Nessa seara, o BC já promoveu um freio de arrumação, com intervenções no mercado de câmbio. Em março e um pouco em abril, quando o humor lá fora começou a mudar de forma acentuada, o BC deu fôlego ao processo de desvalorização do real em relação ao dólar. A depreciação já ocorreria naturalmente, graças à piora dos termos de troca (a relação entre preços de produtos exportados e importados). Mas o BC optou por dar força ao movimento, como se aproveitasse a oportunidade para colocar o real num novo patamar - que o mercado hoje identifica como sendo R$ 2,00.
Num dado momento, a desvalorização acentuada do real provocou uma piora na percepção dos investidores, principalmente de estrangeiros, que antes estavam mais otimistas com o país do que os nacionais. Desde então, o BC decidiu alinhar os movimentos do real aos do dólar index (US Dollar Index), indicador que mede o valor do dólar dos Estados Unidos em relação a uma cesta de moedas.
Segundo o Valor Data, de 30 de abril até ontem, o dólar index variou 5,1%. No mesmo período, o real teve desvalorização de 5,5%, enquanto o peso mexicano teve depreciação de 8,5%. Ainda no mesmo período, duas moedas, de países também exportadores de commodities como o Brasil, tiveram desempenho em linha com o dólar index: o dólar canadense (desvalorização de 4,9%) e o dólar australiano (-6,6%).
"O real está alinhadíssimo", diz uma fonte, lembrando que o México, o atual "queridinho" do mercado, teve desvalorização muito mais forte desde o fim de abril. "Nós não temos uma meta de câmbio, mas geralmente quando você vê o negócio "despegando", é porque tem alguma disfuncionalidade. Então, o BC atua."
Um assessor do governo lembra que o regime de câmbio é flutuante e que ele é a primeira linha de defesa em caso de crise. "Se tiver um evento de cauda, o dólar vai para aonde tiver que ir. Só que não vai se sustentar. Você não vai subsidiar a saída."
O BC acredita, como declarou ontem o presidente Alexandre Tombini no Congresso Nacional, que a economia vai acelerar nos próximos trimestres, principalmente no segundo semestre. A presidente Dilma Rousseff já estaria consciente, porém, de que, em 2012, dificilmente o PIB avançará mais de 3%. A dúvida do governo é se abre mão da meta de superávit primário de 3,1% do PIB para estimular a economia.
Nas conversas internas, Dilma tem dito que a crise na Europa é séria, mas que, quando passar, "daqui a dois ou três anos", o velho continente voltará forte, com uma ou várias moedas, mas com bons fundamentos (custo de capital e de mão de obra baixos, produtividade elevada). Para o Brasil, que não está em crise, a receita é se posicionar bem. Por isso, o governo trabalha para reduzir custo de capital, qualificar a mão de obra, diminuir a carga tributária e investir em infraestrutura.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Euro perde apelo e Polônia prefere manter sua moeda

Autor(es): Por Daniel Rittner | De Varsóvia
Valor Econômico - 04/06/2012

Em setembro de 2008, quando a eurozona ainda via de longe a crise americana e a Grécia só era assunto das revistas de turismo, a moeda única da União Europeia recebeu um sinal inequívoco de prestígio. A Polônia, maior economia entre os 12 países da Europa Central e do Leste que entraram no bloco na década passada, anunciou sua intenção de aderir ao euro até 2012.
Com a quebra do Lehman Brothers, apenas duas semanas mais tarde, os planos começaram a mudar; hoje ninguém mais fala em abandonar a moeda nacional, o zloty, no curto prazo. O que parecia ser um desvio da rota planejada tornou-se acidentalmente uma tábua de salvação: graças às exportações incentivadas por um zloty desvalorizado e à queda de juros propiciada pela preservação de sua política monetária, a Polônia enfrentou a crise global sem cair em recessão (foi o único país da UE onde isso ocorreu) e terá a maior expansão do bloco neste ano.
A economia polonesa deverá crescer 2,7% em 2012, segundo projeções da Comissão Europeia. A Eslovênia e a Eslováquia, seus vizinhos que adotaram o euro, vão ter um desempenho bem inferior: queda de 1,4% e crescimento de 1,8%, respectivamente. O PIB da Estônia, que também adotou a moeda, teve contração de 14,3% em 2009 e sua economia ainda não voltou aos níveis pré-crise.
"Vamos ficar com o zloty pelo menos até 2017 ou 2020. O euro é uma boa casa, mas que precisa ser pintada e remodelada antes de ganhar novos moradores", diz Iwona Chojnowska-Haponik, diretora da Invest in Poland, a agência oficial de promoção de investimentos. "Não termos adotado o euro seguramente nos permitiu atravessar a crise com menos dificuldade".
Basta caminhar um pouco pelas ruas de Varsóvia, que se tornou um canteiro de obras com os investimentos em construção civil e infraestrutura, para perceber o ceticismo com o euro. "Não parece uma boa ideia abrir mão do zloty agora. Além dos problemas da Grécia, todos os países que adotaram o euro tiveram aumento de preços na troca da moeda, não?", questiona a estudante de arquitetura Anna Stachniak, que era favorável à entrada da Polônia na zona do euro, mas mudou de ideia com o aprofundamento da crise grega.
Uma pesquisa recente do instituto TNS OBOP, com 1.004 entrevistas, demonstrou que só 13% dos poloneses acham que adotar o euro pode ser vantajoso para o país. A rejeição é especialmente forte entre mulheres, trabalhadores e agricultores. Jovens de até 19 anos e executivos são menos resistentes, mas mesmo entre eles o apoio à adoção imediata do euro jamais supera 25% dos entrevistados.
Para o economista-chefe do Bank of Austria, Stefan Bruckbauer, a crise do euro desestimula sua adoção pelos países da Europa Central neste momento, mas isso pode se reverter em um prazo de cinco anos. Segundo ele, a moeda única ainda é bem vista pelos governos da região, como conceito. "Mas é preciso que haja mais integração na UE, com a emissão de eurobônus e uma política fiscal comum. Antes de isso acontecer, não será fácil alguém entrar [na zona do euro]", diz Bruckbauer.
Se quisesse entrar, a Polônia já estaria cumprindo os requisitos do Tratado de Maastricht - algo que não ocorre com a maioria de seus sócios na UE. A previsão do Ministério das Finanças é que o déficit nominal seja de 2,9% do PIB neste ano (abaixo dos 3% exigidos), enquanto a relação dívida/PIB ficará em 55% (o máximo permitido pelo tratado é 60%, mas Itália e Grécia têm o dobro ou mais disso).
O euro, que valia 3,42 zlotys quando o primeiro-ministro Donald Tusk anunciou sua intenção de adotar a moeda única, chegou a alcançar 4,87 zlotys no auge da recessão global. Hoje está em 4,32 zlotys. As exportações receberam um forte estímulo com isso. Agora, mais uma vez a Polônia faz uso de sua política monetária. Com a economia aquecida e inflação chegando a 3,9% em 12 meses, o que preocupa o governo, a taxa de juros foi elevada para 4,75% ao ano - medida, como se sabe, impossível de ser tomada isoladamente quando o país deixa de ter a sua moeda.
Mas há exportadores de manufaturados, como a Medcom, indústria polonesa de sistemas elétricos para trens e metrôs, que não veem muito sentido em ficar de fora do euro. "Não vendemos moeda, vendemos produtos, e o mais importante para os nossos negócios é ter estabilidade", diz o diretor comercial da empresa, Piotr Wronski.
Para o executivo da Medcom, apesar de o zloty ter tido momentos de grande desvalorização frente ao euro, a média dos últimos cinco anos mostra relativa neutralidade. "E temos um enorme trabalho com hedge. Se a Polônia adotar o euro, posso cortar pelo menos dois postos de trabalho, na nossa sede, que só existem porque precisamos estar o tempo todo olhando o mercado de câmbio".
Nos antigos países socialistas, quem já trocou a moeda nacional pelo euro tem dúvidas na hora de fazer um balanço. Para o diretor da Câmara de Comércio e Indústria da Eslováquia, Frantisek Kupciha, é difícil afirmar se houve mais benefícios ou desvantagens. A Eslováquia entrou na zona do euro em 2009. "De uma hora para outra, as pessoas tinham uma moeda tão forte que passaram a fazer turismo e ir de compras nos países vizinhos, como a Hungria e a República Tcheca", lembra.
Kupciha diz que "a grande vantagem de termos o euro é que operamos no mesmo ambiente dos nossos principais parceiros comerciais", mas reclama do encarecimento do custo de vida. "Os salários na Eslováquia são muito menores do que os da Europa Ocidental, mas as tarifas de energia e de gás às vezes são mais altas até do que na Áustria ou na Alemanha", protesta.
O repórter viajou a convite da Advantage Austria

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Amistosos da Seleção - Parte II

Prosseguiremos com análise da seleção nos amistosos e na olimpíada.
O meio joga com dois cães de guarda, mais ou menos como o Corinthians joga, que eram Sandro e Rômulo, que jogaram muito bem. A olímpica deve jogar com esses mesmo.
Oscar mostrou um futebol moderno: marca, articula, lança, passa, chuta, arma, não some no jogo, cai pelos lados. A lista é grande e o garoto é craque. Hulk é bom de bola, o problema é a idade. Neymar é absoluto e Pato tem potencial para ser um dos melhores do mundo, depende somente dele.
Lucas foi testado e não conseguiu jogar pela esquerda. Acho que não é teimosia do treinador, que sabe que ele rende na direita, mas é interessante que um jogador seja versátil, como Oscar, e um dos gols do Brasil foi com Hulk tramando com Neymar pela esquerda, ou seja, é bom ele tentar fazer na esquerda o que faz na direita.
Para a seleção principal dá para adicionar o Jeferson, ver como estará o Júlio César, David Luiz e Rever, Daniel Alves e Maicon e a reserva da esquerda segue em aberto. No meio a briga é intensa, com Paulinho, Hernanes, Arouca, Lucas Leiva, Sandro, Fernandinho. A Armação deve ter Ganso, Kaká não está fora, Oscar e o próprio Hernanes pode fazer essa função também, quem sabe até o Jadson se adapatar-se ao Brasil. Na frente tem pela esquerda Neymar, o Robinho e o Nilmar jogam pelos dois lados de campo, Hulk  e Lucas pela direita, Pato em qualquer dos lados do ataque ou no comando que pode contar também com Damião e quem sabe o Luís Fabiano "Fabuloso".