segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PMDB quer diretoria na Petro: mais um passo para a deterioração da empresa?

Principal aliado do PT (Partido dos Trabalhadores) tem interesse em nomear o deputado Mauro Lopes, eleito em Minas Gerais; empresa ainda possui bastante cunho político, diz Carlos Müller, da Geral Investimentos

Por Felipe Moreno - Infomoney




SÃO PAULO - A diretoria da área internacional da Petrobras (PETR3; PETR4) virou motivo de cobiça em Brasília. Vago, o cargo virou sonho de consumo do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) - principal aliado do PT (Partido dos Trabalhadores) -, que tem interesse em nomear o deputado Mauro Lopes, eleito em Minas Gerais, segundo reportagem do Valor Econômico.
Para o mercado, esse seria mais um passo de deterioração da estatal - que vem sofrendo há meses com a ingerência política sobre o que seriam as melhores práticas gerenciais possíveis para a petrolífera, derrubando as cotações. Desde que assumiu a presidência, Dilma Rousseff tem tentado nomear um quadro mais técnico que seu antecessor, Lula, substituindo o antigo presidente da companhia, Sergio Gabrielli - filiado ao PT - por Maria das Graças Foster, que iniciou a sua carreira na empresa como estágiaria.
Por isso mesmo, surge a dúvida: o que o governo deverá fazer em relação a cobiça de seus aliados? "Díficil dizer, eu acredito que, pelo perfil dela, pelo histórico, a preferência é que seja um nome técnico, mas a gente não tem como saber o que virá adiante", avisa Carlos Müller, analista-chefe da Geral Investimentos. Nomes técnicos especulados pela notícia do Valor são José Lima de Andrade Neto, atual presidente da BR Distribuidora, e o outro é Irani Varella, ex-diretor de Serviços da Petrobras entre 1999 e 2001.
Maria das Graças Foster tem perfil mais técnico, mas possui limitações (Reuters)
Maria das Graças Foster tem perfil mais técnico, mas possui limitações (Reuters)
Eleições de 2014
O principal fator para fazer com que Dilma venha a ceder é a eleição presidencial de 2014. "A gente vai ver muita costura política ainda por conta disso", alerta o analista, chamando a atenção para o fato de que as estatais podem ser usadas para atingir os objetivos de governabilidade.
Atualmente, a base governista passa por um impasse: os dois maiores partidos aliados, o PMDB e o PSB (Partido Socialista Brasileiro) querem maior participação no governo e mais cargos. O PMDB se interessa por cargos de segundo ou terceiro escalão, como a diretoria da Petrobras, enquanto o PT avalia permitir que Eduardo Campos, governador de Pernambuco pelo PSB, seja candidato a vice-presidente na chapa de Dilma.
Atualmente, esse posto é ocupado por Michel Temer, do PMDB. O partido não tem interesse em mudar isso - ao menos não facilmente. É possível que Campos, bastante influente e popular no nordeste, seja um candidato próprio pelo PSB em 2014 - algo que o PT quer evitar. Com a situação política delicada, cresce a importância dos cargos das estatais, ministérios e secretarias como forma de se conseguir apoio político desses partidos.
Empresa ainda tem cunho político
Há vozes no mercado que acreditam que a situação da Petrobras é injusta com a nomeação de Graça Foster para a presidência e a adoção de uma postura mais pragmática em relação à empresa. Müller discorda. "A Graça Foster pode ser bastante técnica, faz o que pode, mas tem as suas limitações", diz.
Ele salienta que a empresa continua sendo usada como meio de controlar a inflação. "A Dilma tem um perfil bastante técnico, mas se a gente observar que o reajuste dos combustíveis veio depois da queda do preço de energia, percebemos que a empresa ainda tem bastante cunho político", afirma.  
A esperança do analista fica no longo prazo - já que se atualmente a Petrobras é usada para segurar a inflação e estimular a economia nacional, é possível que ela volte a buscar maior eficiência geracional quando o cenário se estabilizar. "Mas, por enquanto, a Petro não deve ter um perfil semelhante ao de uma empresa privada. O cenário continua bastante complicado, não espero que isso mude no curto prazo", finaliza o analista.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Luxemburgo foi mais pragmático que o Abel!

O Grêmio demonstrou a força do seu time contra o Fluminense. É bem verdade que Luxemburgo tem uma quantidade grande de jogadores recem incorporados ao elenco, mas o mandatário do Grêmio (Fábio Koff) pôs R$ 20 milhões na mão do Luxa e vai querer resultados. E rápido!
O time de Luxemburgo fez bem o dever de casa, ou melhor, de fora de casa. Seu time joga num 4-4-1-1 interessante, com veterano Zé Roberto em excelente forma e com ampla liberdade de articular por todo campo, mas sempre com funções, principalmente de marcação, fechando o lado esquerdo, já que Elano rende pela direita, e infiltrando vindo de trás num elemento nada surpresa. Duas tradicionais linhas de 4 compactas, em teoria sempre, na pratica ainda não, formaram o ferrolho gremista contra o pragmatismo da equipe de Abel Braga.
O ponto chave foi as inversões constantes entre Hernan Barcos e Eduardo Vargas. Luxemburgo foi muito feliz na composição tática para saída de Barcos de perto da área e entrada de Vargas projetado contando com a precisão nos lançamentos do grandalhão atacante em lances que resultaram diretamente em 2 gols da equipe do Grêmio e definiram o jogo.
O Fluminense apático viu que não pode vencer os jogos na hora que quiser. Com sua articulação muito bem marcada o tricolor carioca abusava de cruzamentos infrutíferos ou buscava seu velocista Wellington Nem sem muito sucesso.
Surpreendente, ao menos para mim, foi a atuação destacada da zaga do Grêmio, especialmente do zagueiro Cris, que havia falhado decisivamente conta o Huachipato. Dessa vez se mostrou bem seguro nas coberturas e atento nos combates 1 contra 1. André Santos também não foi mal na defesa e se destacou no apoio.
Para quem já apostava numa queda precoce do Grêmio, até do Luxembrugo porque não, a coisa mudou de figura. Parece que o profexô ainda tem lenha pra queimar.

Em cinco anos, governo de MT tira R$ 661 mi de verba para estradas para gastar em obras da Copa


Vinícius Segalla
Do UOL, em São Paulo


O governo do Estado de Mato Grosso vem retirando desde 2009 verbas de um fundo estadual criado para custear obras de manutenção e melhoria de rodovias e para investir em projetos habitacionais e realocando este dinheiro nos cofres da Secopa-MT, secretaria que toca as obras que estão sendo construídas para o Mundial de 2014.
De 2009 a 2013, o Fethab (Fundo Estadual de Transportes e Habitação) já cedeu R$ 660,8 milhões à Secopa, de acordo com dados da Secretaria da Fazenda do Estado de Mato Grosso.
Neste ano, dos R$ 640 milhões que o fundo deverá arrecadar, R$ 131 milhões irão para a Secopa, que está construindo, entre outras empreitadas, a Arena Pantanal, estádio para 43,6 mil orçado em mais de R$ 500 milhões e que, após a Copa, quando será utilizado em quatro partidas, ficará à disposição do futebol mato-grossense. No ano passado, a final do Campeonato Mato-Grossense, entre Cuiabá e Luverdense, atraiu um público de 1.621 pessoas.
O Estado de Mato Grosso possui cerca de 27 mil quilômetros de estradas estaduais. Desses, apenas 20%, ou 5,4 mil quilômetros, são asfaltados. As verbas do Fethab são utilizadas para pavimentar as rodovias estaduais. Em 2012, somente 150 quilômetros de rodovias foram asfaltadas pelo governo estadual.
Os recursos do Fethab são oriundos de contribuição imposta aos produtores agrícolas e deveria ser utilizado integralmente na melhoria de estradas e construção de habitações. Isso porque, quando foi constituído, a missão do fundo era melhorar as estradas do Estado para que seus produtos agrícolas - a maior riqueza de Mato Grosso - pudessem ser transportados com maior eficiência, reduzindo seu preço.
Em setembro do ano passado, o grupo intersetorial Movimento Pró-Logística apresentou aos produtores rurais e entidades ligadas ao setor um projeto chamado "Corredores Estaduais do Agronegócio". A análise apontou 120 trechos de rodovias estaduais que seriam fundamentais para o escoamento da produção de Mato Grosso. O projeto considerou as cadeias de produção da soja, milho, pecuária bovina, madeira e insumos agrícolas. Só nestes trechos são mais de dez mil quilômetros que precisariam de investimentos em pavimentação e recuperação. Aparentemente, porém, esta não é a prioridade da Secopa.

Obras para a Copa de 2014200 fotos

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Arena Pantanal atingiu 62% de sua conclusão em fevereiro de 2013 Portal da Copa/Divulgação

De ilegal a legal
Em dezembro do ano passado, faltando duas semanas para o fim do ano legislativo, o governo estadual encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei que tramitou em caráter de urgência urgentíssima. Foi um projeto para alterar a Lei Complementar 360/2009, tornando legal, retroativamente, todos os desvios de verbas do Fethab para os cofres da Secopa, que vinham sendo à contrariedade das normais estaduais.
O projeto ainda previa que, a partir de então, o Executivo poderia sempre tirar até 30% dos recursos do Fethab e de outros fundos para gastar onde bem entendesse. Foi aprovado, e o que era ilegal, tornou-se legal. Poucas foram as vozes na Assembleia que se levantaram contra a manobra do Executivo.
A deputada Luciane Bezerra (PSB) foi uma delas. "O governo não pode usar esta Casa para legitimar atos que cometeram na ilegalidade. É isso que nós, parlamentares, estamos aprovando hoje!", disse, à época da tramitação do projeto de lei, a parlamentar. Foi voto vencido.
A Secopa informa que não gastou até agora todo o dinheiro da Fethab que caiu em seus cofres, e que é possível que devolva parte desses recursos. De acordo com o secretário da pasta, Maurício Guimarães, até agora, foram gastos R$ 156 milhões da Fethab, a maior parte na Arena Pantanal.