segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Trocando em miúdos

Valor Econômico - 03/02/2012
A bionanotecnologia constitui um ramo novo da ciência, que procura integrar a nanotecnologia e a biotecnologia para desenvolver novos produtos e processos industriais em áreas como medicina, farmacologia, petroquímica, química e bioenergia. De uma forma simplista, pode-se dizer que a bionanotecnologia possibilita a manipulação de matérias orgânicas em uma escala atômica ou molecular. Esses materiais são manipulados em uma escala de nanômetro, equivalente a um bilionésimo de um metro, 100 mil vezes mais fino que um fio de cabelo. A bionanotecnologia constitui a terceira geração na história da nanotecnologia, iniciada na década de 1980. A primeira foi a de nanoestruturas passivas, que são materiais desenvolvidos para executar uma tarefa, como fibras têxteis organizadas na estrutura do nanômetro para ser totalmente impermeáveis. A segunda geração constituiu a fase de desenvolvimento de nanoestruturas capazes de realizar mais de uma tarefa. A terceira geração ganhou força no mundo a partir de 2010 e é formada por nanoestruturas capazes de funcionar de maneira integrada a outras nanoestruturas, como se fossem células. No Brasil, há pesquisas iniciadas em 2008, mas em pequeno número. Nos últimos anos, o próprio IPT desenvolvia estudos na área em diferentes laboratórios. Uma das pesquisas do Instituto consiste no desenvolvimento de "nanocarreadores": funcionam como um semicondutor, mas em vez de haver o trânsito de elétrons, esses dispositivos permitem organizar átomos e moléculas de componentes químicos. Esses dispositivos são inseridos em nanocápsulas para que a reação dos componentes químicos seja mais controlada. Os "nanocarreadores" foram usados em um novo processo de quimioterapia. Os produtos usados no tratamento contra o câncer de pele são inseridos nesses "nanocarreadores" para que as substâncias só comecem a destruir células no organismo quando estiverem no local do câncer. O potencial de geração de negócios levou a estatal a investir na construção de uma unidade específica, com equipes dedicadas a esse ramo..

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