sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Montadoras fazem malabarismo para ter carros 65% brasileiros

Severos problemas atribulam o setor automotivo brasileiro. Por exemplo, a redução do IPI pode ser acompanhada com uma linha de raciocínio bastante razoavel: qualquer mínimo problema com a margem de lucro das empresas ou com a desova dos seus estoques elas imediatamente deflagram indícios de demissões, que são reduções nas horas extras, horas trabalhadas, turnos, até chegar nas férias coletivas.
Ocorre a pressão e o lobby sobre o governo, a ameaça de demissões e o governo solta alguma medida vertical que acalma o setor.
Via de regra isso se traduz em dois problemas que se arrastam a anos, estruturalmente gerados, que são a inibição da competição por preços e por inovação. Essas competições se dão por via dos importados que chegam com pacotes robustos de equipamentos de tecnologias difundidas na Europa/EUA e ainda consideradas de luxo no Brasil, como ABS e Air Bag, além de diversos outros mimos, sem que isso resulte em preço maior desses veículos. Pelo mesmo turno, além da competição via preços esse veículos podem sugestionar os fabricantes brasileiros e investir na tecnologia para redução de custos e aprimoramento das carroças daqui, equipando os veículos com mais e melhores tecnologia. O problema é que isso redunda em redução das margens de lucros, uma vez que é preciso reinvestir os lucros, e somas cada vez maiores, para aprimorar a tecnologia e em muitos casos sem repasse dos custos ao consumidor, a depender da elasticidade do mercado claro.
A pancada mais recente foi a introdução do IPI para importados, com a desculpa, ao que parece demagógicamente oportuna, da questão do câmbio, desindustrialização e adereços. Ocorre que se suprime mais uma ótima oportunidade de excitar a competição no mercado automotivo nacional. Podemos dizer que esse aumento abortou a feroz briga que haveria com a chegada do interessante Kia Picanto, ou com a chegada dos veículos da JAC, que ainda aguarda definição de como ficará a questão do imposto, e alguns demais que incomodariam bastante seus nichos de mercado.
Para que se tenha uma longa históra há que se ter um começo e para o caso da história da guinada da indústria automotiva brasileira mais uma vez esse começo foi abortado.
A matéria abaixo revela o mote do momento, o do grau da nacionalização. Mais uma pataquada do governo, passando a nacionalização das montadoras brasileiras "nas coxas", de qualquer jeito, para manter o setor com as maiores taxas de lucro do planeta.
Depois reclama quando o ruído aumenta e o pessoal diz que o preço dos veículos é culpa dos impostos. Bem empregado!!!!
Segue link da reportagem:
http://carros.uol.com.br/ultnot/2012/02/23/montadoras-fazem-malabarismo-para-ter-carros-65-brasileiros.jhtm

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