segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Egito perde metade das suas reservas e volta a olhar ao FMI

Autor(es): Heba Saleh | Financial Times, do Cairo
Valor Econômico - 13/02/2012

O Egito necessita de um acordo imediato com o Fundo Monetário Internacional para reverter a atual crise monetária depois que reservas internacionais do país recuaram pela metade, alertaram economistas. Dados mostram que o estoque de reservas do país baixou para o perigoso patamar de US$ 16,4 bilhões no fim de janeiro - queda de 53% sobre o mesmo período do ano passado. Em discussão estaria um empréstimo de US$ 3,2 bilhões ao longo de 18 meses.
As turbulências políticas que culminaram com a saída do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, desequilibraram a economia egípcia ao afugentar investidores e turistas estrangeiros, o que retirou fontes vitais de receita. Até agora, o banco central vinha conseguindo segurar uma desvalorização acentuada da libra, que já perdeu mais de 4% em relação ao dólar. Mas essas intervenções, por outro lado, também contribuíram para secar ainda mais as reservas.
"A situação é muito séria", disse Mohamed Abu Basha, economista da EFG-Hermes, um banco de investimentos regional. "Um acordo com o FMI é a maior esperança para escapar de uma desvalorização significativa. Se houver acordo, podemos pensar mais para uma depreciação controlada do que para uma depreciação de 10% a 20%".
Economistas defendem um empréstimo o mais rápido possível. Isso porque, à medida que o nível de reservas cai, o BC terá menos meios de sustentar a atual política cambial em defesa da libra egípcia. No ano passado, o conselho militar que assumiu interinamente o país declinou um empréstimo do FMI alegando que não gostaria de deixar um legado de dívidas.

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